top of page

Mas ele não vai responder nada depreciativo. Ele olhará a realidade e será maduro em relação a ela.

Milhões terminam em instituições mentais ou sob o cuidado de psiquiatras porque não querem realmente se conhecer ou enfrentarem a si mesmos e as suas falhas. Mas esse é o primeiro passo que todo mundo deve tomar.

Sabe por que não queremos enfrentar os nossos erros? Como almas, temos um conceito de nós mesmos como sendo perfeitos, não há dúvida, mas como alma, não como o ego, que assume as limitações de hábitos errados. É o ego que não quer aceitar correções de ninguém.

Não é verdade, entretanto, que quando alguém nos critica, se realmente procuramos aceitar a crítica com a atitude correta, somos beneficiados por ela? Não importa realmente se é dito de uma maneira dura ou pouco gentil, ou de uma maneira gentil. Seria mais simpático e melhor para a pessoa que critica falar da maneira correta, mas em última análise, a descortesia de uma pessoa é o problema dela. O seu problema é como você reage àquilo que o outro lhe diz.

Deixe-me lembrar de São Francisco de Assis. É isto que ele disse e para o que ele viveu: 

“Aprenda a aceitar culpa, crítica, acusação, silenciosamente, e sem rancor, mesmo que isso não seja verdade ou justificado”. Estas são as palavras de um ser emocionalmente maduro. Se pudermos fazer 2% do conselho de São Francisco, nos tornaremos muito, muito admirados e respeitados – não somente pelos outros, mas por nós mesmos. A capacidade de lidar construtivamente com a realidade nos é vital.

Quando falo assim, é com uma esperança: que esses pensamentos sejam aplicados.

Quero que você diga que tentará aplicá-los na sua vida. Sabe por que me importo? Quero vê-lo modificado. O Mestre veio aqui para ajudar almas a se modificarem. Mas nenhum número de palavras sobre a verdade mudará alguém, a não ser que ele as leve a sério, tentando aplicá-las ao melhor da sua capacidade e continue tentando sempre.

 

 

2. A capacidade de adaptar-se às mudanças.

 

Isto é maravilhoso. Sou grata pelo treinamento que tivemos com o Mestre neste sentido. 

Levantávamos a qualquer hora do dia ou noite e viajávamos de um ashram a outro. Não tínhamos tempo para juntar tudo. Chegávamos a Encinitas e sempre havia hóspedes lá –não tínhamos um retiro para eles naqueles dias. Cedíamos os nossos quartos e íamos para a sala dormir no chão com apenas um cobertor. Eu gostava disto. Alguns de nós são terrivelmente rígidos em nossos costumes, portanto a capacidade de adaptar-se às mudanças é essencial.

 

 

3. A capacidade de encontrar mais felicidade e satisfação em dar do que em receber. 

 

Isto é vital. Desenvolva o hábito de encontrar alegria em dar, dar. Não importa o que você dá. Encontre maneiras de fazer os outros felizes. Não seja tão preocupado se vai receber algo em troca. Considere a época do Natal, por exemplo. Você dá algo a alguém e ele lhe dá algo, mas você pensa – “Bem, isto não é tão bom quanto aquilo que eu dei a ele”. Que vergonhoso! Que importa? Quanto mais vocês dão, meus queridos, maior será a sua satisfação. “É mais abençoado dar do que receber”.

Pois encontre felicidade em dar. E não precisam ser coisas materiais. Dê do seu coração, dê sua compreensão. Mesmo que o seu próprio corpo esteja lhe causando dificuldades, quando alguém vem a você deprimido, desencorajado, negativo, é uma coisa maravilhosa se você animá-lo. Diga algo para elevá-lo e ajudar no seu caminho. Como o Mestre disse frequentemente: “São Francisco próprio estava cego e sofrendo, mas ainda assim ele dava aos outros. Ele tem podido influenciar milhões através dos séculos, pelas suas palavras, sua doce humildade, e seu amor por Deus”. 

 

 

4. A capacidade de dar amor.

 

Essa é uma das mais altas qualificações da maturidade emocional. Não estou me referindo agora ao prazer através do amor sensual. Estou me referindo ao amor divino, que é incondicional e que não pede nada em troca. O relacionamento que temos com o nosso Guru, o relacionamento que temos com Deus – o tipo de relacionamento que temos que desenvolver com todo mundo é baseado no amor divino.

Aprenda a amar. Evite a palavra “ódio”. E evite aqueles tipos de preconceitos e ações que não refletem amor. Quando você tem que falar com alguém sobre algo desagradável faça-o com amor. É tão maravilhoso estar verdadeiramente enamorado. Não posso lhe descrever. Você exterioriza os seus sentimentos, isso não é necessário. Mas sentir verdadeiramente amor pelas pessoas, sentir amor por todas as coisas vivas, ter uma reverência pela vida – isto é o ideal de um ser maduro. Isto nós vimos tão perfeitamente em Guruji.

Como respeitamos e amamos o indivíduo que sempre tem uma palavra gentil a dizer atodo mundo! Podemos nem sempre ter compreensão com os outros, porque nem todo mundo nos compreenderá. Cristo tinha os seus inimigos, mas do lado dele sempre existiu o amor. Ele tinha a paciência de esperar que eles compreendessem. E por aqueles que lhe deram ódio ele era capaz de orar: “Pai, perdoe-os porque não sabem o que fazem”. 

Isso não foi apenas um sentimento nobre expresso para impressionar a humanidade. Ele quis dizer isso! Não podemos, nós, praticar isso também? Temos que praticá-lo. É o caminho para a paz, a felicidade e a maturidade emocional – maturidade divina. Vamos criar o hábito de usar mais a palavra “amor” e senti-lo. Amo os pássaros, amo as árvores – amo toda a natureza. Amo olhar para o vasto céu azul. Amo as pessoas, separo-as dos seus erros.

Todos nós temos erros, porém Deus nos atura. Não podemos nos aturar uns aos outros? 

Temos que procurar nos modificar, escavar a lama da imperfeição e ignorância que cobre a nossa luminosa alma dourada – mas temos que ser muito, muito tolerantes com os erros dos outros. Não devemos sentir que temos que ir corrigindo todo mundo - “porque estou praticando yoga, então sei o que é melhor”. Isto é o que chamamos de egoísmo espiritual. A maior maneira de influenciar os outros é pelos nossos corações compreensivos, a nossa gentileza, a nossa compaixão e o nosso amor. 

Guruji frequentemente dizia a nós discípulos – “lembrem-se que tolos discutem, sábios conversam”. Bem, todos nós tentamos não expressar as qualidades de tolos! Tentamos aprender a conversar. É uma qualidade maravilhosa e estou contente de ver isto aqui em nossos ashrams. Somos todos crianças divinas partilhando esta senda com milhares e milhares de discípulos do Guruji no mundo todo. Somos todos a sua família. Entre nós tem que haver sempre amor divino, fraternidade divina, amizade divina, e uma meta comum: buscar Deus unidos e servi-Lo de qualquer modo que possamos.

 

(Por Sri Daya Mata)

 

MATURIDADE EMOCIONAL

Alguns critérios de maturidade emocional. 

 

 

1. A capacidade de lidar construtivamente com a realidade.

 

Pense nisso. A maioria de nós não quer enfrentar a realidade. Preferimos nos desviar e correr dela. Não queremos realmente enfrentar a verdade. Preferimos nos esconder dela e não ouvi-la. Por exemplo, não queremos que o nosso Guru nos diga coisas sobre nós mesmos que não gostamos de ouvir. Não queremos que a nossa família nos diga algo crítico sobre nós, mesmo que possam estar com razão. Queremos nos vingar. Se uma esposa diz ao seu marido “você fuma demais”, a primeira coisa que ele quer fazer é dizer algo depreciativo a ela – imaturidade emocional – “Você me bateu, por isso vou lhe bater”. 

Crianças fazem isso, a pessoa emocionalmente madura manterá a sua calma, pensando primeiro: “é mesmo assim? Sim, é verdade. Realmente fumo demais. Bem, tenho que corrigir isso, porque é prejudicial”. Ele pode não responder desta maneira à esposa, ele pode ficar em silêncio.

bottom of page